domingo, 4 de novembro de 2001

Era uma vez...

...um jovem que passava os dias a dormir, a ler e a sonhar! Conhecia o mundo pelas páginas dos livros que devorada, e imaginava como seria estar nos mais variados pontos do universo! Sabia até os mais ínfimos pormenores das mais diversificadas cidades fantásticas, os nomes das ruas, das praças mas... na verdade nunca lá tinha estado em nenhum desses sítios! Sonhava com os aromas desses locais, com as pessoas, sonhava percorrer a pé todos aqueles recantos que via nos livros! O seu maior desejo era conhecer a Ásia e trilhar as rotas de Marco Polo! Um dia resolve partir juntamente com o seu gato! O jovem delirava com tudo o que via à sua volta! Agora era tudo tão real! Tão fascinante! No seu percurso por cidades, rios, montes, vales, montanhas, desertos, lagos, chega a uma pequena aldeia! Essa aldeia era habitada por um povo ancestral cuja característica maior era negociarem todos os bens entre si através de um jogo de sorte e azar! O jovem fica assustado: vinha caminhando há alguns dias e estava tão esfomeado ao ponto de ter visões dele próprio a deliciar-se com uma boa massa italiana ou com marisco, e como não jogava pensava como iria retemperar forças para continuar a viagem! Desesperava! E é então que, farto de esgueirar-se por entre as humildes palhotas, sem dar conta surge-lhe do nada uma estranha personagem: um mago! O Mago diz-lhe para ele não se preocupar e para não ter medo, pois vinha em seu auxílio! Num simples piscar de olhos o mago coloca no saco do jovem um sem número de frutas e sementes exóticas e apetitosas! O jovem delicia-se! Tinha agora forças para continuar a viagem! Antes de partir, o mago surge-lhe de novo e diz: para lá daquelas montanhas, na direcção de onde o sol nasce, há um pequeno lago, e na outra margem fica uma cidade misteriosa! É para lá que deves seguir viagem! O jovem não percebe! Questiona: mas que cidade será essa? Que terá de tão especial? Sem mais demora, continua a viagem até à cidade misteriosa. E depois de muitos quilómetros percorridos, eis que finalmente chega! A cidade misteriosa! Envolta por uma grande camada de névoa que lhe serve de manto, deixando antever apenas os seus edifícios notáveis com as suas torres e cúpulas brilhantes! As ruas, iluminadas por candeeiros doirados, convergem todas num ponto central da cidade onde se encontra o maior palácio que o jovem jamais tinha visto nos livros e livros que tinha folheado! Inebriado por aquele magnífico edifício, o jovem perde-se nos seus corredores e salões! E quando nada o fazia prever, eis que se dá a surpreendente revelação: ao fundo de um salão estava o ser mais belo que alguma vez tinha admirado: a jovem de seu nome Anjo Azul! E então exclama: como a vida é bela!